Inflação fecha 2025 na meta, com prévia de 0,25% em dezembro

O índice de inflação apurado em dezembro de 2025 foi de 0,25%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (23). Este resultado leva o acumulado de 12 meses a 4,41%, dentro do parâmetro estabelecido de tolerância da meta inflacionária do governo.

É a segunda vez consecutiva que o índice se mantém dentro deste parâmetro. Em novembro, a inflação já havia se ajustado para 4,5%, após haver ultrapassado o limite desde o início do ano. O maior pico observado foi em abril, com 5,49%.

Evolução do cenário inflacionário

Em meio à conjuntura econômica, o Banco Central manteve a taxa básica de juros anual em 15% pelo quarto período consecutivo. Este patamar, o mais alto desde julho de 2006, tem o propósito de controlar a inflação, que se manteve acima das metas durante grande parte do ano.

"O juro elevado atua como um mecanismo de contenção econômica, diminuindo a demanda por bens e serviços e, consequentemente, regulando os preços."

Contudo, essa medida também provoca menos incentivo ao investimento e à criação de novos trabalhos, refletindo em impactos econômicos diversos.

Pressões inflacionárias em dezembro

Dentre as nove categorias de bens e serviços avaliadas, seis apresentaram aumento. O setor de transportes, por exemplo, inflacionou em 0,69%, exercendo a maior pressão com um impacto de 0,14 ponto percentual. Os maiores aumentos foram nas tarifas aéreas, que subiram 12,71%, transporte por aplicativo, que elevou 9%, e combustíveis, com variação de 0,26%, destacando-se a alta de 1,7% no etanol.

Os dados destacam que além dos transportes, setores como vestuário (0,69%) e despesas pessoais (0,46%) também contribuíram para a alta no índice geral.

Por outro lado, a alimentação no domicílio continuou sua trajetória de queda, com um recuo de 0,08%, contribuindo para a baixa na cesta alimentar. É a sétima redução consecutiva neste segmento.

Análise anual e comparações

Durante 2025, a habitação emergiu como o setor mais impactante no IPCA-15, com um aumento de 6,69%, devido principalmente à alta da energia elétrica residencial. A educação teve um acréscimo de 6,26%, seguida de despesas pessoais e saúde. Na alimentação e bebidas, subiram preços de refeições e itens específicos como café moído, que apresentou uma alta notável de 41,84%.

Entre os itens que contribuem para o alívio da inflação, o arroz e a batata-inglesa tiveram declínios significativos, registrando quedas de 26,04% e 27,70% respectivamente.

O IPCA-15 e o IPCA mensal compartilham metodologias, embora difiram no período de coleta e na cobertura geográfica. Ambos os índices são calculados com base em uma cesta de produtos e serviços direcionados a famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos, valor atualmente fixado em 1.518 reais. O IPCA acumulado será conhecido em 9 de janeiro próximo.