Teko Porã transforma vida de indígenas em presídio com capacitação cultural

Projeto promove cursos profissionalizantes e reforço identitário em Amambai

20/12/2025 às 11:32
Por: Redação

O projeto Teko Porã – Semeando Liberdade está promovendo uma transformação significativa para indígenas encarcerados no Estabelecimento Penal de Amambai. A iniciativa inclui cursos de capacitação profissional, atividades de fortalecimento emocional e assistência jurídica, com o intuito de preparar os participantes para oportunidades futuras dentro e fora do sistema prisional.

 

Desenvolvido pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas e a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), o programa visa integrar educação e valorização cultural. Além de contribuir para a redução da pena, promove a autonomia e a reinserção social qualificada.

 

Capacitação e benefícios culturais

Até o momento, oito indígenas foram certificados em cursos de cabeleireiro/barbeiro e horta comunitária. Outros sete participantes já estão em liberdade. Cursos em marcenaria, informática e horticultura estão em andamento, e novas capacitações estão programadas para o próximo ano, incluindo enfrentamento à violência doméstica e uso consciente de álcool.


“O Teko Porã nos permite trabalhar a reinserção social de maneira concreta”, afirmou Alexandre Ferreira de Souza, diretor do presídio.


A cerimônia de certificação contou com a presença de autoridades como Fernando Silveira Alves do IFMS e Kaique Galicia do Ministério dos Povos Indígenas. Foi destacada a importância da educação profissional na transformação da vida dos reeducandos.

 

Interação cultural e inclusão social

Os cursos foram acompanhados pelo facilitador indígena Arildo Alves Alcantara e pelo tradutor Zenaldo Moreira Martins, que garantiram o respeito à cultura e idioma indígenas. Atividades incluem apoio psicológico, conduzidas por Verônica da Silva Lima e Edilson dos Reis, promovendo debates sobre vínculos e cidadania. A assessoria jurídica também auxiliou na recuperação de documentos civis, essenciais para o exercício pleno da cidadania.


Os participantes receberam suporte para regularizar documentos pessoais, buscando facilitar sua reintegração social.


Os cursos, como o de Horta Comunitária, abordaram tópicos práticos e foram conduzidos por especialistas como Samuel Carvalho de Aragão. Já o curso de cabeleireiro e barbeiro ofereceu 40 horas de aulas práticas, preparando os internos para um retorno ao mercado de trabalho.

 

Por meio do Teko Porã, os reeducandos têm a chance de reconstruir suas vidas com base em conhecimentos técnicos adquiridos, visando uma integração ao mercado de trabalho que respeite suas raízes culturais e necessidades sociais.

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